Coraçaõ de Navio
Do tombadilho de negro navio,
Os olhos perdidos de tantos horizontes...,
Carregam as lembranças,as tristezas , as amarras...
No colo negro de jovem mãe,o filho frio...
Esperança tênue, diferente de tantas frontes...
Num branco olhar ,fita os ferros...,sente as garras...
Da mãe, o peito fraco não suga...,nem larga...,
O medo, não faz segredo ...,não tem idade...
Na verdade , o céu azul, a onda farta...,
São espumas na memória, no olhar..,na saudade..
É um navio, que faz um rastro no mar,
Num silencio de consciência invulgar...
Onde estão o amor e a compaixão...?
Onde estão a coragem e a alegria...?
Talvez nos sonhos dessa gente fria...,
Talvez nos corações desse escuro porão...
Francisco Panachão 11/05/1991
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